quinta-feira, 22 de abril de 2010

A MELHOR VISTA, EM QUALQUER TEMPO


Varanda gourmet, briquedoteca na varanda, varanda grill. Seja qual for a finalidade, este espaço das nossas casas é cada vez mais valorizado. Os tamanhos e desenhos podem variar. Circular ou retangular. Vão de três a duzentos metros quadrados. Enfim, desde o projeto arquitetônico, a varanda tem sido planejada como um lugar especial para os apartamentos modernos.

Independente do tamanho, para todos que moram em edifícios, a varanda é o espaço do “coração”, seja para ler um jornal, receber os amigos, tomar café da manhã, colocar uma rede e curtir o céu estrelado. Por todos esses motivos, ela deve ser aconchegante e versátil.

“Varanda é um ambiente de recepção. Está em alta fazer da varanda um espaço gourmet, colocar uma adega e transformá-la em um ambiente diferenciado para receber seus convidados”, comenta a arquiteta Lorena Faria.

Mas é preciso contar com algumas eventualidades. A chuva que chega ‘sem avisar’, vento forte, poeira, todos esses inconvenientes, não temos como controlá-los e podem fazer com que deixemos de aproveitar esse espaço por um bom tempo do ano.
Contudo, para que essas intempéries não mais tragam problemas, a Pórtico Classique, showroom da fábrica pernambucana Pórtico Esquadrias, oferece uma solução inédita no mercado para fechamento de varandas: o sistema Vão Luz da Pórtico.

O sistema Vão Luz é carinhosamente chamado de “cortina de vidro”. É exatamente essa a ideia! Assim ele funciona: valoriza a varanda, proporcionando maior aproveitamento do espaço. A arquiteta da Pórtico Classique, Lorena Faria, comenta outras características do sistema.

“O Vão Luz é usado para fechamento de varanda, mas começamos a perceber outras versatilidades que podem ser incorporadas dentro de interiores. Dentro da sala, pode-se criar um ambiente como um escritório ou um home. Quando você recebe visitas, é só abrir as portas do sistema e aumentar a sala. Ou seja, funciona como uma divisória ‘recolhível’, com todas as características do fechamento de varanda”, explica a arquiteta.

Ainda de acordo com Lorena, “as pessoas querem flexibilidade! Num dia ficar em ambiente menor, mais reservado. No outro dia, estar no ambiente duas vezes o tamanho do anterior. O segredo é não limitar o uso”.

O sistema Vão Luz da Pórtico é composto por painéis de vidro temperado, que deslizam em perfis na parte inferior e superior do vão. Segundo Gustavo Jardim, diretor comercial da Pórtico Esquadrias, a técnica é simples. “O fechamento não tem marcação vertical de alumínio, como toda janela tem. Colocamos um trilho superior e inferior onde correm os painéis de vidro”, argumenta, para completar:

“Esteticamente, não mexe tanto na arquitetura do prédio. Além disso, proporciona 100% de ventilação”.
Os vidros podem ter cores, podem ser trabalhados com desenhos e películas. É um produto artesanal e pode ser aplicado em qualquer tipo de varanda, pois é feito sob medida. “Não existem empecilhos”, ressalta Lorena.

Outro fator que merece destaque, e talvez o mais importante para as donas de casa, é facilidade na limpeza. Todas sabem o quanto é complicado deixar os vidros das janelas e varandas limpinhos por dentro, e por fora. “Nossa tecnologia, em que os vidros giram no final do curso para o lado interno, permite que a limpeza e a manutenção sejam integralmente feitas pelo lado de dentro do ambiente, o que garante total segurança nessas tarefas”, esclarece a arquiteta.

Para melhor entender o sistema, aqui vai uma ilustração e seu passo-a-passo:

1. Vidros fechados
2. Abertura da primeira folha que permite que as demais deslizem sobre os trilhos
3. Varanda entre aberta
4. Sequência de abertura
5. Vão Livre de 100%

quinta-feira, 15 de abril de 2010

DESCUBRA QUAIS CUIDADOS SÃO ESSENCIAIS NA HORA DE ILUMINAR SUA CASA

Você já prestou atenção na iluminação da sua casa? Quando usar uma lâmpada fluorescente? Quando usar uma lâmpada incandescente? E a de multivapor? Alógena com foco ou sem foco? 
A iluminação não pode mais ser preterida diante de outros quesitos de decoração e arquitetura. É preciso atenção especial a este item para elaborar um projeto criativo e de bom gosto, combinado com a ambiência oferecida no local.

Inclusive, nos últimos quinze anos, o setor da construção civil e da arquitetura que mais cresceu foi justamente o da iluminação. A empresária Edite Araújo, da Daluz, acredita que a evolução não foi apenas quantitativa. Houve também melhora na qualidade. “Passamos a ter mais alternativas. Quando falamos de ‘iluminação sob o ponto de vista técnico’, de luz, falamos de lâmpada. Esse é um setor que constantemente se modifica”, explica.

Edite é arquiteta por formação, mas se encantou pelas “luzes”, pela iluminação. Aprofundou-se na área luminotécnica e, há seis anos, foi escolhida para representar no Recife a Iluminar, carro chefa da Daluz, que ela carinhosamente chama de parceira. “Depois que fui ‘mordida pelo bichinho da iluminação’, só consigo ver luz na minha frente. No trânsito, no shopping, no meu dia-a-dia”, brinca a empresária.

Brincadeiras à parte, procuramos diferenças básicas entre uma lâmpada incandescente e uma fluorescente, sob o ponto de vista técnico. Ou seja, o que ambas podem oferecer ao consumidor? “As lâmpadas incandescentes e as lâmpadas halógenas são lâmpadas de consumo de calor. Praticamente 70% do consumo delas vai se transformar em calor; o restante, 30%, em luz, por isso essas lâmpadas não são vistas como econômicas”, diferencia, complementando: “Já a lâmpada fluorescente, faz o inverso. Com ela, você vai ter uma parcela de calor muito menor do que uma parcela de luminosidade”.

De acordo com Edite, alguns países já têm projetos para proibir a fabricação e a utilização de lâmpadas incandescentes, como medidas de conservação à natureza e sustentabilidade. Porém, ainda de acordo com Edite, não é possível substituir totalmente essas lâmpadas.

“Sob o ponto de vista estético, de efeito, só através da lâmpada incandescente e das lâmpadas halógenas é que vamos conseguir, por exemplo, mais brilho em algum objeto em que o propósito é dar evidencia”.

O principal objetivo da iluminação é atender as necessidades do cliente, traduzir o que o arquiteto está propondo naquele espaço, sempre com a preocupação em utilizar a energia de maneira adequada. Por isso, um bom projeto luminotécnico é sinônimo de conforto, qualidade de vida e segurança.

“É preciso estudar quem vai ocupar aquele espaço. Se a casa tem vários usuários, então essa luz precisa ser uma opção para cada um deles. Além disso, iluminação é também o que a gente chama de projeto complementar da arquitetura. Eu preciso, com a luz, traduzir o que o arquiteto está querendo dizer”, destaca Edite.

De acordo com a empresária, há um ponto de equilíbrio ideal entre a luz e o ambiente. “O projeto de iluminação está ótimo quando ele está atrelado à arquitetura proposta, quando o usuário está satisfeito, sem esquecer da sustentabilidade!”


SEM BARREIRAS!

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem 600 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no mundo, seja física, auditiva, visual ou intelectual. Na maioria das vezes, só sabemos o que essas pessoas passam no dia-a-dia quando, por algum motivo, colocamo-nos no lugar delas.

O que fica claro quando nos deparamos com esses dados é que, circular pela cidades, bairros, ruas e avenidas não é tarefa fácil. Telefones públicos muito altos, ônibus não adaptados, calçadas esburacadas são apenas alguns dos ‘obstáculos’ que encontramos pelo caminho. É preciso muita habilidade e uma dose extra de paciência.

Para minimizar esse problema, em 2 de dezembro de 2004, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, assinou o decreto-lei 5.296, também conhecido como Lei de Acessibilidade, que regulamenta as leis 10.048, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade dos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

As prefeituras tiveram tempo para adaptação. No Recife, em 21 de novembro de 2003, foi criada a Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA), subordinada diretamente à Secretaria de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente. Um dos objetivos da Comissão é controlar ações no município para tornar acessíveis, as edificações.

E já que falamos em prédios, tratemos de um empreendimento cuja área de lazer é 100% adaptada a portadores de deficiência física ou mobilidade reduzida. O Giardino Beira Rio, no bairro da Madalena, foi um dos primeiros em Pernambuco lançados com esse planejamento. “Apesar de a lei começar a ser cobrada no fim do ano passado, a Rossi já tinha essa preocupação”, comenta Patrícia Hirschle, coordenadora de projetos da Rossi Recife.

A Rossi está na capital pernambucana há dois anos, e vem desenvolvendo projetos em parceria com a construtora Gabriel Barcelar. “Normalmente, fazemos o que a prefeitura local exige e seguimos nosso padrão dentro da norma ABNT/NBR 9050/2004”, completa.

O Giardino Beira Rio tem duas torres, cada uma com 30 pavimentos e dois apartamentos por andar. Sua área de lazer é composta por mais de 28 itens. Fitness, ofurô, espaço gourmet, piscina, sala de massagem, sauna, sala de jogos, minicampo e pista de skate são alguns deles. Foi preciso pensar na adaptação diferenciada em cada ambiente.

“Os espaços são amplos, não têm degraus, e nos preocupamos em não ter desnível. Onde há, o acesso é feito por rampas. Em frente aos elevadores, o piso é tátil, planejado especialmente para os moradores e visitantes com deficiência visual ou visão reduzida”, explica Patrícia.

E continua: “A piscina tem acesso especial, com o amparo de barras de apoio. Pensamos também na altura dos interruptores, no tipo da maçaneta, em portas mais amplas. Nos preocupamos com todos os detalhes”.

Todas as atenções e preocupações por parte da equipe que integra a Rossi têm um objetivo: estabelecer uma relação de confiança e amizade com o cliente. Claro, tudo isso gerou para a construtora um custo elevado no valor da obra. Porém, esse percentual de aumento torna-se irrelevante diante benefício proposto à sociedade. “A construtora entende que essa atitude é algo permanente, indiscutível! É nosso dever”, encerra Patrícia Hirschle.

(Abaixo algumas ilustrações do Giardino Beira Rio)
Pracinha
Brinquedoteca








Piscina

quarta-feira, 14 de abril de 2010

PARA TODOS OS GOSTOS!


“O ambiente é legal, despojado, simples e cheio de charme!”. Com essas palavras, o arquiteto Humberto Zirpoli define o restaurante Papa Capim, no bairro de Boa Viagem, no Recife.

O escritório Humberto Zirpoli Arquitetura está no mercado há 20 anos e contabiliza mais de 800 mil metros quadrados de projetos executados. O restaurante Papa Capim veio para enriquecer ainda mais esse currículo, e o arquiteto encarou o projeto como um novo desafio.

Inicialmente, tudo o que ele sabia era que o principal prato do restaurante seria pizza, mas o ambiente deveria ter um toque de regionalismo, sendo mais descontraído, convidativo a toda a família. Depois dessas informações básicas, asas à criatividade do arquiteto e sua talentosa equipe. Hoje, o Papa Capim de Boa Viagem é daqueles lugares aconchegantes, alegres, de onde a gente não quer mais sair.

Construída em um terreno de 1.500m², a obra impressiona pela imponência, mas seu interior também merece destaque.

Os fornos de pizza são o “coração” da casa. Bem ao centro, eles são grande vitrine para o salão. “São completamente fora do padrão normal, duas chaminés imensas, engraçadíssimas! Com a iluminação adequada, dão um efeito cênico muito bom. São construídas em tijolo de barro; tijolo aparente”, destaca Humberto.

A casa tem muitos elementos regionais, sempre valorizando nossa cultura. As luminárias em barro foram feitas em Tracunhaém, município localizado na Zona da Mata de Pernambuco. Os artistas da região têm o barro como matéria-prima para suas confecções.

“Este salão, com pé direito duplo, tem sua altura valorizada por enormes lustres em madeira e macarrão plástico colorido. As cores são constantes, contrastando com a madeira presente até no mobiliário”, comenta.

Humberto optou por usar materiais reciclados provenientes da natureza, através de reflorestamento. As toras de madeira passaram por um longo processo de tratamento. A preocupação em não agredir o meio ambiente esteve sempre presente nos planejamentos do arquiteto e de seus colaboradores.

“Tudo é ecologicamente correto. O restaurante está integrado à paisagem. Aqui percebemos melhor o uso da chita na parede do bar e do apoio, dando um charme a mais ao ambiente”, descreve.

No andar superior, fica o mezanino. Um espaço reservado para festas, eventos e confraternizações, mas que também pode ser usado quando o restaurante está cheio.
As características são semelhantes aos outros espaços, mas as cores predominantes são o verde e o azul.

“Para o escritório, esse projeto representa um exemplo de arquitetura regionalista muito importante e que faltava ao Recife. A nossa intenção era que os clientes convivessem harmonicamente com o espaço”.

Objetivo alcançado! Tudo no Papa Capim de Boa Viagem é favorável ao bem estar dos seus clientes. Depois de irem ao local pela primeira vez, eles sempre retornam.

O projeto arquitetônico do Papa Capim é assinado por Humberto e Analice Zirpoli, com a colaboração das arquitetas Anne Cuchi e Camila Marinho. Alexandre Perez é o engenheiro responsável pela obra.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ENERGIA POSITIVA

Conservação de energia elétrica, combate ao desperdício, eficiência energética. Certamente você já ouviu falar em pelo menos uma dessas expressões – senão em todas. Em suma, elas têm o mesmo significado e objetivo, visam a utilização eficiente e racional da energia elétrica.

“Com a primeira crise do petróleo, veio a preocupação mundial em utilizar processos mais eficientes com relação à energia elétrica. O objetivo era minimizar a dependência do petróleo”, explica Dario Soares, gerente da divisão de eficiência energética e desenvolvimento tecnológico da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).

Empresa estatal do grupo Eletrobrás, a Chesf fez parceria com o Programa Brasileiro de Conservação de Energia Elétrica (Procel), atuando no “ReLuz”. “O Procel tem vários subprogramas. O ‘ReLuz’ é um deles e existe há nove anos, proporcionando melhorias no sistema de iluminação pública, substituindo equipamentos de tecnologia ultrapassada, por equipamentos novos e mais eficientes”, comenta Dario.

Mas e no nosso dia-a-dia, como utilizar energia elétrica de forma eficiente e racional? Temos à nossa disposição, no mercado, equipamentos que são classificados de acordo com a respectiva eficiência nesta área, como condicionadores de ar, lâmpadas, televisão, geladeiras, microondas.

O Inmetro, através do Programa Brasileiro de Etiquetagem, alerta o consumidor quanto à eficiência energética desses produtos, que ainda podem receber um selo de melhor desempenho energético em sua categoria. Estamos falando do selo Procel.

Dessa forma, o público pode selecionar produtos de maior eficiência em relação ao consumo e melhor utilizar os eletrodomésticos, gerando economia nos custos de energia. No entanto, a analista de eficiência energética, Lídice Carvalho, da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), faz um alerta. “O consumidor precisa saber usar o equipamento. Não basta que este seja o mais eficiente. É preciso também haver conscientização, fazer uso de forma adequada”, ressalva.

O assunto também chegou à indústria da construção civil. Preocupada com o meio ambiente e com a qualidade de vida das pessoas, o setor começou a trazer soluções eficientes para seus edifícios comerciais e residenciais, respeitando sempre as peculiaridades de cada região e suas diferenças climáticas.

“Não se pode discutir sobre eficiência energética no Nordeste da mesma forma que no Sul do país. Aqui no Nordeste, o nascente é mais valorizado. Já no Sul, acontece o contrário”, diz José Antônio, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

Ter condicionadores de ar ou geladeiras eficientes, em nossos apartamentos ou salas comerciais, não basta. O projeto dos edifícios também precisa ser eficiente. Fachadas ventiladas ou materiais de revestimentos que possibilitem menos aquecimento interno são boas opções. Para que o consumidor saiba “onde está pisando”, o Inmetro, com o apoio do Procel Edifica, criou um selo que classifica os edifícios comerciais, seja de serviço ou público, quanto à eficiência energética.

A etiqueta é dividida em quatro partes: envoltória, sistema de iluminação, sistema de condicionamento de ar e edificação. Todos os requisitos têm níveis de eficiência que variam de A (mais eficiente) a E (menos eficiente). Um edifício com classificações A nos três requisitos parciais: envoltória, iluminação e condicionamento de ar, está em condições de obter o Selo Procel.

“É preciso diferenciar os edifícios que gastam mais dos que gastam menos. O consumidor tem o direito de saber”, enfatiza José Antônio. E completa: “Em um prédio mais eficiente, a conta de luz é mais barata, a conta de água também. Consequentemente, isso irá refletir no valor do seu condomínio”.

A etiqueta não será apenas aplicada em novas construções. As edificações mais antigas e ineficientes também podem receber o selo, desde que sejam adaptadas. Algumas reformas podem ter o custo muito alto, porém, existem soluções mais viáveis, como trocar o sistema de iluminação ou ar-condicionados que estejam no fim da vida útil, por outro mais eficiente.

Quarenta e cinco por cento da energia elétrica do país é consumida por edifícios comerciais e residenciais. Um projeto arquitetônico eficiente pode reduzir o consumo da edificação entre 30% e 50%. Pensando nisso, a construtora Rio Ave, no Recife, estado de Pernambuco, sempre investiu em soluções eficientes na construção dos seus edifícios.

“Há mais de dez anos, nossas construções são feitas com fachadas ventiladas. Agora, estamos trabalhando em cima de um projeto que apresenta ganhos de energia no prédio todo. Desde o início, ele foi estudado junto com o arquiteto responsável”, comenta Leonardo Palácio, engenheiro da construtora.

Leonardo se refere aos empresariais Isaac Newton e Alfred Nobel, duas torres que estão sendo erguidas no bairro da Ilha do Leite. As fachadas são feitas em alumínio composto, deixando um colchão de ar entre o alumínio e o bloco da parede. Essa técnica impede que o calor chegue até as salas, proporcionando maior conforto térmico para os consumidores.

Todos os elevadores foram colocados para o poente. “O próprio elevador movimenta o ar, e essa temperatura, muito forte à tarde, não irá chegar aos ambientes”, explica o engenheiro. Outra solução de eficiência energética é o sistema que capta água da chuva e dos drenos dos aparelhos de ar-condicionado para transformá-la em energia.

O engenheiro explica como funciona: “Fizemos um reservatório de 250 mil litros para armazenar essa água que é desperdiçada. Esse reservatório tem uma bomba, que joga a água para a torre de resfriamento e a transforma em energia para o sistema de ar-condicionado. Trocamos água por energia elétrica”.

O investimento em um projeto como este é muito alto. Isso reflete na hora da compra do imóvel. Contudo, é preciso destacar os benefícios para nós, consumidores. Mais economia e maior durabilidade são alguns deles. “Essa é uma cultura que precisamos assimilar com o tempo. Os prédios precisam ser mais eficientes. O ônus é de todos, como o bônus também será para todos”, lembra José Antônio, que finaliza: “Todo mundo sai ganhando, o consumidor e a natureza. Precisamos entender que, para salvar o planeta, todos temos que investir!”

sexta-feira, 9 de abril de 2010

SEGURANÇA CONDOMINIAL

A violência é um assunto que sempre assusta as pessoas. Nos dias atuais, esse tema tem tido cada vez mais espaço nos meios de comunicação. Para nos sentirmos mais seguros, costumamos adotar, em nosso dia-a-dia, medidas de prevenção. Algumas pessoas mandam blindar seus carros; outras evitam usar jóias e relógios nas ruas; há, ainda, os que preferem ficar em casa o maior tempo possível. Mas será que estamos mesmo seguros dentro da nossa casa?

As invasões a condomínios têm se tornado mais frequentes. Muitas vezes, isso acontece pela falta de equipamentos que auxiliem na segurança. Para o diretor operacional da GS Terceirização, Jorge Margueiro, todo condomínio precisa fazer um levantamento técnico por uma empresa especializada.

A GS Terceirização atua no mercado de serviços para condomínio, em São Paulo, elaborando projetos de segurança, com medidas que vão de acordo com as características do condomínio. “Deve ser feito um mapeamento das áreas comuns e de perímetro quanto ao grau de risco e vulnerabilidade, avaliação da estrutura física, equipamentos, monitoramento, programa de treinamento a funcionários e conscientização dos moradores”, explica Margueiro.

Os equipamentos de segurança estão mais modernos. Ter apenas a câmera para monitoramento de tudo o que acontece dentro do condomínio e nas redondezas já não é mais suficiente. Hoje, podemos encontrar no mercado diversas formas de ampliar a força de segurança do local onde moramos. Entre tantas opções, Jorge Margueiro destaca algumas que, para ele, são fundamentais, e explica suas funções.

BARREIRA PERIMETRAL
Feita por sensores de movimento ou elementos de proteção, como cercas eletrificadas e concertinas (lâminas afiadas e espiraladas), instalados no alto de muros e grades do condomínio.

MONITORAMENTO 24 HORAS
Serviço realizado por empresas de monitoramento. Elas enviam apoio móvel para os condomínios quando os botões de pânico, alerta de porteiro, alarmes e sensores são ativados.

BOTÃO DE PÂNICO
Dispositivo que pode ser acionado por funcionários ou condôminos, mandando um sinal para empresa de monitoramento, acusando necessidade de assistência emergencial.

SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
A comunicação interna é fundamental para o condomínio, possibilitando que portaria, síndico, zelador e moradores, comuniquem-se facilmente. A comunicação externa pode por o condomínio em contato com a polícia e/ou empresas de segurança.

Mas em meio a tantos aparatos, ainda falta uma figura indispensável aos condomínios: o porteiro! Esses profissionais possuem uma característica muito importante; eles detêm um grande número de informações de dentro ou de fora do local de trabalho. Ao perceber que o porteiro poderia ser um grande aliado no combate à violência, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) e o Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE) firmaram parceria.

“Em 2000, começamos a ministrar cursos para esse seguimento de portaria. Em 2004, verificamos que já tínhamos mais de dois mil funcionários treinados. Era uma mão-de-obra que estava disponível; se fosse estrategicamente posicionada em portarias espalhadas pela cidade, poderia colaborar muito com a segurança, não somente do condomínio, mas também com a segurança das pessoas que circulavam em torno do local”, explica o coronel Sérgio Viana, também gerente geral do Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciods).

Surgiu, então, o “De Olho na Rua”. Com cinco anos de existência, o programa faz parte do “Pacto pela Vida”, promovido pelo Governo do Estado, e consiste em capacitar funcionários de condomínios residenciais, comerciais ou empresariais, para trabalhar em conjunto com a polícia, informando, através de rádios, movimentações estranhas nas imediações dos condomínios. Para o coronel Viana, o projeto agrega valor ao trabalho da polícia. “Como os porteiros são capacitados, apenas é passado para a polícia informações com credibilidade”, comenta.

Os cursos têm duração de 15 horas/aula, divididas em três dias. Os alunos, funcionários de condomínios, aprendem disciplinas como: segurança condominial, técnica de segurança, segurança comunitária, ética e técnica sobre o uso do rádio comunicador, primeiros socorros – noções de combate ao incêndio e relações humanas.

As aulas são ministradas por bombeiros e policiais civis e militares, peças importantes no aprendizado. “A gente está sempre alinhando a questão do instrutor, que é fundamental. Ele tem que saber transmitir bem os conhecimentos, para que o aluno saiba que atitude tomar no momento de ameaça para a segurança dele e dos condôminos”, ressalta Telma Torres, coordenadora do programa.

Os cursos são gratuitos. Para participar, o condomínio precisa se cadastrar e estar em dia com o Secovi–PE. Ao final do curso, os funcionários de condomínios comerciais recebem apostilas e cartilhas com orientações que devem ser seguidas da portaria até a sua casa.

Para Telma Torres, o ponto mais forte do “De Olho na Rua” é o preventivo. “Não precisa acontecer para depois tomar as atitudes necessárias. O mais importante é evitar que aconteça; prevenir, para não acontecer!” Mas também há os prós e os contras. De acordo com a coordenadora, a maior dificuldade encontrada é a falta de credibilidade que os condôminos têm em relação às orientações desses funcionários.

“Os condôminos precisam ter mais confiança nesses profissionais, que todos os dias deixam suas famílias em casa, muitas vezes sem nenhuma segurança, para cuidar das famílias deles, dos moradores do edifício onde trabalham”, e faz questão de enfatizar que “esses funcionários são grandes colaboradores da segurança pública”.

O programa “De Olho na Rua”, foi pioneiro no estado, hoje está presente na Paraíba, Ceará, Bahia e Minas Gerais. “O sucesso é fruto do esforço entre as polícias, o sindicato da habitação e os porteiros”, lembra o coronel Sérgio Viana. “Ele existe porque tem valor, e a sociedade reconheceu isso”, finaliza Telma.

INOVAÇÕES NO CANTEIRO DE OBRAS



Imagine um terreno com seis mil metros quadrados. Nele, poderíamos construir 30 apartamentos. Cada um, com 200 metros quadrados. Agora pense em 12 mil pessoas trabalhando numa obra.

Num espaço como esse, e para comportar essa grande quantidade de trabalhadores, a ARM Engenharia está construindo o canteiro de obras da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco.

Essa obra inicial vai criar infraestrutura necessária para atender quem vai trabalhar na construção principal. Para isso, todas as áreas devem ter respaldo, com segurança e conforto. “O canteiro tem que ser proporcional à grandeza da obra. Esse é sofisticado, de primeiro mundo”, comenta Luciano Peres, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep).

O canteiro de obras vai atender as demandas da refinaria. Ele já está em construção e terá refeitório, banheiros, vestiários com armários, um posto de SMS (segurança, meio ambiente e saúde), portaria, salas de fiscalização e administração.

Além disso, o canteiro está repleto de inovações. Não se tem notícia de um canteiro de obras tão grande. “Como nunca tivemos realizações desse porte, nunca tivemos canteiros desse porte, maior do que muita coisa que a gente chama de obra”, garante Luciano.

Outra inovação diz respeito à reciclagem. Transformar o que sobra durante a construção do canteiro torna o índice de desperdício muito pequeno. Porém, a mais importante, é que todas as vedações verticais do canteiro estão sendo feitas em gesso. Isso torna a construção mais fácil, rápida, com custo reduzido e conforto ambiental incomparável, pois o gesso proporciona isolamento termo-acústico.

“Uma construção desse porte pode ficar pronta em quatro meses, com a vantagem de poder construir na chuva ou no sol, porque é gesso hidrófugo. Se não fosse em gesso, demoraria muito mais tempo”, explica o pesquisador. E completa: “Se algo que não estava previsto no projeto, surgir no meio do caminho, podemos fazê-lo com velocidade e bom desempenho. Por exemplo, a abertura de uma janela em uma parede que já estava fechada”.

Para Ricardo Leal, engenheiro civil e diretor da ARM engenharia, outro fator merece destaque: “É importante ressaltar que o gesso é um produto com selo verde, totalmente reciclável. Todo material pode ser reaproveitado. O meio ambiente deve ser colocado em primeiro lugar, e o gesso atende a todos esses requisitos”, enfatiza.

Canteiros de obra como este são feitos para durar eternamente. Quando a Refinaria Abreu e Lima estiver pronta, o canteiro não será mais utilizado pelos trabalhadores da obra, mas podem, e devem, ser aproveitado para outros fins.

“Até hoje, nenhum canteiro de obra foi abandonado. As empresas podem transformar em escolas, áreas de lazer, agências bancárias ou centros de treinamento. A estrutura está pronta para ser transformada em qualquer uma dessas opções”, finaliza Luciano.