sexta-feira, 9 de abril de 2010

SEGURANÇA CONDOMINIAL

A violência é um assunto que sempre assusta as pessoas. Nos dias atuais, esse tema tem tido cada vez mais espaço nos meios de comunicação. Para nos sentirmos mais seguros, costumamos adotar, em nosso dia-a-dia, medidas de prevenção. Algumas pessoas mandam blindar seus carros; outras evitam usar jóias e relógios nas ruas; há, ainda, os que preferem ficar em casa o maior tempo possível. Mas será que estamos mesmo seguros dentro da nossa casa?

As invasões a condomínios têm se tornado mais frequentes. Muitas vezes, isso acontece pela falta de equipamentos que auxiliem na segurança. Para o diretor operacional da GS Terceirização, Jorge Margueiro, todo condomínio precisa fazer um levantamento técnico por uma empresa especializada.

A GS Terceirização atua no mercado de serviços para condomínio, em São Paulo, elaborando projetos de segurança, com medidas que vão de acordo com as características do condomínio. “Deve ser feito um mapeamento das áreas comuns e de perímetro quanto ao grau de risco e vulnerabilidade, avaliação da estrutura física, equipamentos, monitoramento, programa de treinamento a funcionários e conscientização dos moradores”, explica Margueiro.

Os equipamentos de segurança estão mais modernos. Ter apenas a câmera para monitoramento de tudo o que acontece dentro do condomínio e nas redondezas já não é mais suficiente. Hoje, podemos encontrar no mercado diversas formas de ampliar a força de segurança do local onde moramos. Entre tantas opções, Jorge Margueiro destaca algumas que, para ele, são fundamentais, e explica suas funções.

BARREIRA PERIMETRAL
Feita por sensores de movimento ou elementos de proteção, como cercas eletrificadas e concertinas (lâminas afiadas e espiraladas), instalados no alto de muros e grades do condomínio.

MONITORAMENTO 24 HORAS
Serviço realizado por empresas de monitoramento. Elas enviam apoio móvel para os condomínios quando os botões de pânico, alerta de porteiro, alarmes e sensores são ativados.

BOTÃO DE PÂNICO
Dispositivo que pode ser acionado por funcionários ou condôminos, mandando um sinal para empresa de monitoramento, acusando necessidade de assistência emergencial.

SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
A comunicação interna é fundamental para o condomínio, possibilitando que portaria, síndico, zelador e moradores, comuniquem-se facilmente. A comunicação externa pode por o condomínio em contato com a polícia e/ou empresas de segurança.

Mas em meio a tantos aparatos, ainda falta uma figura indispensável aos condomínios: o porteiro! Esses profissionais possuem uma característica muito importante; eles detêm um grande número de informações de dentro ou de fora do local de trabalho. Ao perceber que o porteiro poderia ser um grande aliado no combate à violência, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) e o Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE) firmaram parceria.

“Em 2000, começamos a ministrar cursos para esse seguimento de portaria. Em 2004, verificamos que já tínhamos mais de dois mil funcionários treinados. Era uma mão-de-obra que estava disponível; se fosse estrategicamente posicionada em portarias espalhadas pela cidade, poderia colaborar muito com a segurança, não somente do condomínio, mas também com a segurança das pessoas que circulavam em torno do local”, explica o coronel Sérgio Viana, também gerente geral do Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciods).

Surgiu, então, o “De Olho na Rua”. Com cinco anos de existência, o programa faz parte do “Pacto pela Vida”, promovido pelo Governo do Estado, e consiste em capacitar funcionários de condomínios residenciais, comerciais ou empresariais, para trabalhar em conjunto com a polícia, informando, através de rádios, movimentações estranhas nas imediações dos condomínios. Para o coronel Viana, o projeto agrega valor ao trabalho da polícia. “Como os porteiros são capacitados, apenas é passado para a polícia informações com credibilidade”, comenta.

Os cursos têm duração de 15 horas/aula, divididas em três dias. Os alunos, funcionários de condomínios, aprendem disciplinas como: segurança condominial, técnica de segurança, segurança comunitária, ética e técnica sobre o uso do rádio comunicador, primeiros socorros – noções de combate ao incêndio e relações humanas.

As aulas são ministradas por bombeiros e policiais civis e militares, peças importantes no aprendizado. “A gente está sempre alinhando a questão do instrutor, que é fundamental. Ele tem que saber transmitir bem os conhecimentos, para que o aluno saiba que atitude tomar no momento de ameaça para a segurança dele e dos condôminos”, ressalta Telma Torres, coordenadora do programa.

Os cursos são gratuitos. Para participar, o condomínio precisa se cadastrar e estar em dia com o Secovi–PE. Ao final do curso, os funcionários de condomínios comerciais recebem apostilas e cartilhas com orientações que devem ser seguidas da portaria até a sua casa.

Para Telma Torres, o ponto mais forte do “De Olho na Rua” é o preventivo. “Não precisa acontecer para depois tomar as atitudes necessárias. O mais importante é evitar que aconteça; prevenir, para não acontecer!” Mas também há os prós e os contras. De acordo com a coordenadora, a maior dificuldade encontrada é a falta de credibilidade que os condôminos têm em relação às orientações desses funcionários.

“Os condôminos precisam ter mais confiança nesses profissionais, que todos os dias deixam suas famílias em casa, muitas vezes sem nenhuma segurança, para cuidar das famílias deles, dos moradores do edifício onde trabalham”, e faz questão de enfatizar que “esses funcionários são grandes colaboradores da segurança pública”.

O programa “De Olho na Rua”, foi pioneiro no estado, hoje está presente na Paraíba, Ceará, Bahia e Minas Gerais. “O sucesso é fruto do esforço entre as polícias, o sindicato da habitação e os porteiros”, lembra o coronel Sérgio Viana. “Ele existe porque tem valor, e a sociedade reconheceu isso”, finaliza Telma.

Um comentário:

  1. Lulu, seu blog tá lindo e as matérias muito legais. Lendo algumas delas pude perceber como é diferente a linguagem usada para assuntos políticos e de governo (que é mais minha praia). Achei ótimas as matérias, principalmente porque você tem mais liberdade de falar com poesia.
    Te amo!
    Tita

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